domingo, 22 de julho de 2012

NO MEU TEMPO DE CRIANÇA...

 No meu tempo de criança, os dias eram quentes e ensolarados; dificilmente chovia e, mesmo quando isso acontecia, brincávamos embaixo das biqueiras fingindo ser uma cachoeira...

 No meu tempo de criança, o tempo passava bem devagar... brincávamos ao raiar do dia e chorávamos quando, tarde da noite, nossa mãe nos mandava entrar...

 No meu tempo de criança, haviam mais cheiros e sabores; tudo era mais gostoso, até o feijão macassar com farinha amassado na mão pela minha avó Maria... sim, era muito gostoso...

 No meu tempo de criança, meus heróis eram mais fortes;não tinham capa, nem poderes incríveis; não passavam pela parede e nada disso, mas faziam dos meus dias os melhores possíveis diante de suas parcas economias...

 No meu tempo de criança, meus brinquedos eram valiosos, pois eram feitos por D. Maria, vindos da fábrica do Seu Chico Mateus que, pela madrugada se levantava e indo trabalhar, capinava a sua fábrica com muito amor, esforço e carinho e, no fim da colheita nos concedia os milhos verdes ainda bem jovens para que minha avó querida confeccionasse nossas bonecas... e elas tinham cabelos de todas as cores...

No meu tempo de criança, fazia muito calor... quando nos braços de meus avôs eu me aquecia e, minha mãe, com carinho nos colocava para dormir... sim, era calor forte, brilhante e abrasador do amor que eles sempre, do seu modo, nos dedicavam...

 No meu tempo de criança, as ruas eram largas para caber todas as nossas brincadeiras... o sobe e desce de nossos pés que corriam como The Flash, e voávamos ao som do vento e de nossas risadas...

 No meu tempo de criança, o AMOR era eterno, não até que durasse, mas a cada bronca perdoada, os abraços e beijos vinham nos consolar e mostrar que AMAR vai além da nossa compreensão...

 No meu tempo de criança...


                                                                           20/10/2009



IMAGINAÇÃO...

 O coração bate mais forte quando se está nervoso, morrendo de medo, porque fez um esforço ( seja ele qual for ), ou porque você recebeu um sorriso, mesmo que desligado, do carinha por quem você é apaixonada...

 Mas isso não te incomoda, principalmente quando  vem acompanhado de frio na barriga( até parece que você está numa montanha-russa... ), do sorriso bobo que fica pregado na sua cara por minutos, até que um amigo estala os dedos na sua frente, porque, afinal, você estava com cara de bobo!!...

 Depois a sua imaginação corre solta... Você imagina aquele dia mágico em que o escolhido do seu coração, enfim, percebe que você está na dele. Imagina o momento em que ele pega a sua mão, que por sinal está gelada como o Pólo Norte, e olhando  bem nos seus olhos diz que também está na sua faz tempo. Nossa, seu coração acaba batendo feito louco, o ar falta em seus pulmões, ou melhor, o ar não consegue sair, porque afinal de contas seu coração está enorme de tanta felicidade que quase não cabe em sua caixa torácica... E você praticamente desmaia quando imagina o grande momento do beijo... sim, porque você já pensou nisso várias e várias vezes pra na hora não fazer feio!

 Tudo em você é só alegria, até, claro, ser acordado desse devaneio e perceber que tudo não passa de sua doce, incrível a adorável imaginação. Imaginação essa produzido por um coração sonhador... Um coração que ama em silêncio, pois sim, ama, claro que ama...

 Torcendo por você, para que esse dia chegue logo, desejo que não perca a esperança, nem o sonho de ser correspondido, porém, digo, PORÉM, se isto não ocorrer, bem... algumas lágrimas rolarão, mas depois você perceberá que tudo recomeça se você se permitir, se você não se fechar para novas possibilidades.






AS COISAS MUDAM

 Por mais que se diga que a vida é cíclica, eu a imagino como as ondas do mar, como as correntezas. As ondas têm o seu limite, sempre voltam àquele lugar, mas nunca do mesmo jeito. As correntezas de um rio não são as mesmas naquele lugar.
 Enfim, a vida é sua. Você está aí, mas não é a mesma coisa sempre, seus pensamentos mudam, suas crenças são questionadas, seus medos são superados, outros medos surgem, nada fica onde está!
 A sensação de se conhecer novas pessoas é maravilhosa. Não me causa pânico estar em determinado lugar com pessoas que nunca vi na vida, pois acredito que esta é uma oportunidade de conhecer gente fantástica!
 A alegria de se perceber querida por uma pessoa que a um dia não passava de um estranho, é incrível. Você faz uma construção, construção de amizade, e o que parecia ser momentâneo, torna-se duradouro.
 Pois é, as coisas mudam!
 Você pode se permitir mudar a cada nova oportunidade. Mas mudar sempre pra melhor. Se eras uma muralha aos outros, comece por tirar tijolo por tijolo; vá derrubando um por um até você poder enxergar o outro lado e se permitir conhecer e ser conhecido.









segunda-feira, 2 de julho de 2012

FELICIDADE...




Cheguei ontem da casa de meu pai biológico ( me considero uma pessoa abençoada, pois tenho além deste, mais dois pais: Ronaldo, que me criou e me amou e Abel, que também terminou de me criar... enfim... ).
Passei uma semana em sua casa. Foram dias maravilhosos.
Volto pra casa cheia de aprendizado, amor e de amigos.
Só quem tem a felicidade de se sentir amado no seio de sua família entende o que falo. Pois, tenho dito, a FAMÍLIA é e sempre será nossa base, alicerce. 
Conheci este pai, Sebastião, aos vinte e dois anos. Desde lá pra cá, já são quase onze anos, e nesse período só recebi amor.
Meus pais se separaram quando eu tinha quatro meses. Devido a questões só deles, eu vim a conhecer meu pai Sebastião aos vinte e dois anos. Enfim, nunca tive mágoa de meu pai e muito menos guardei rancor pelos anos que não o conheci. Talvez o fato de ter alguém que me amasse e cuidasse de mim e preenchesse a lacuna do meu outro pai, eu não cresci amargurada por causa disto.
Mas o que quero dizer com tudo isso???
Que quando escolhemos não nos magoar pela dor do outro, quando nos lembramos que o problema não foi comigo e nem por minha causa, eu NÃO preciso tomar partido e nem me revoltar com ninguém. 
Logo cedo, acho que eu tinha uns seis anos, ouvia as pessoas fazerem comparações entre mim e meus irmãos. Lembro-me que ficava triste, embora não entendesse aquelas palavras, mas de alguma forma eu sabia que falavam de mim e de meu pai. Como criança eu não compreendia  o por quê daquelas comparações e perguntas maldosas, pois sim, eram maldosas, pois não respeitavam minha presença nem a minha inocência. Minha mãe nunca escondeu nada, mas não ficava falando disso o tempo todo, e meu pai estava sempre ali. Enfim, tive tudo para ser revoltada.
Mas o legal é que também cedo aprendi que aquele assunto só era da conta da minha mãe. Por alguma razão que eu desconhecia, ela tinha se separado de meu pai e ponto. Mas eu queria conhecê-lo, saber se eu tinha o seu rosto, os seus trejeitos, as suas manias, então, guardei em meu coração, que fosse lá o tempo necessário, um dia eu iria conhecê-lo. E o conheci.
Ele é um bom homem, honrado e respeitado em sua cidade. Anda corretamente, não se mete em confusões e tem um porte bacana. Fala com sinceridade, não é dado a fofocas e nem gosta de mentiras. É um homem que tem muitos amigos, que também são pessoas simples, porém honradas.Tenho um irmão, Sidicley, o qual vi o quanto ele ama e cuida bem desse meu irmão; foi aí que percebi que ele é assim mesmo, carinhoso e cuidadoso com os seus.
Sinto-me feliz e alegre, pois nesses dias conheci outros amigos dele que foram só para me conhecerem, apenas por serem amigos dele e por desejarem partilhar de sua felicidade.
Aprendi muito mesmo e falarei desses aprendizados nos próximos textos.