Ela toma um desses leõezinhos e o ensina a ser um leão e este aprende a apanhar a presa e devorar os homens. Diz a Palavra que ouvindo as nações sobre ele, o apanham em sua cova e o levam para o Egito.
Ela não perde tempo e pega outro leãozinho e passa a ensiná-lo a ser um leão; e este, andando com os outros leõezinhos logo aprende a ser como eles. Apanha a presa, devora os homens. Este vai um pouco mais longe: conhece palácios, assola as cidades, a terra, e a sua plenitude com o seu rugido. Mas este também é apanhado em sua cova: gentes das províncias o cercam, estendem contra ele a rede e o apanham. Levam-no em cárcere com ganchos para a Babilônia e ali é preso em lugar alto para que não se ouça o seu rugido nas montanhas de Israel.
A Bíblia continua a parábola e agora ela, a Leoa, é comparada a uma Videira. E esta Videira fora plantada à borda das águas e frutificou muitíssimo e encheu-se de ramos. Ela tinha varas fortes para cetros de dominadores e era vista na sua altura devido a multidão dos seus ramos.
Mas diz a Palavra que a Videira fora arrancada com furor, foi abatida até a terra e o vento Oriental secou seu fruto; quebraram-se os seus fortes ramos e o fogo os consumiu. E agora, fora plantada no deserto, numa terra seca e sedenta. Ela fora destruída!
Ao ler essa passagem Bíblica me senti como essa Leoa. Um dia confiante, capaz de muitas proezas. Como a Videira tive da onde saciar minha sede e fiquei formosa. Mas minhas atitudes me tiraram a alegria de estar neste lugar alto.
Tive a sensação da realidade: que sou frágil, que posso ser desarraigada, tirada de onde estou, sem nenhuma realização, devido a minha própria forma de levar a vida.
Não quero ser como essa Leoa que perdeu suas esperanças, pois nenhum de seus filhotes ficaram com ela! Não quero ser como essa Videira, arrancada e destruída, colocada no deserto para morrer de sede e queimada ( isso me faz lembrar o Inferno! )!
Quantos de nós nos esquecemos de quem somos, de nossos sonhos e valores, devido ao que nos cerca? Somos fortes, mas acontecem coisas em nossas vidas que nos fazem abatidos, desarraigados de nossa felicidade e paz interior até aquele momento. Somos levados pelas correntes do medo e depressão a lugares em que não há quem ouça a nossa voz. E ficamos na escuridão de nossa alma. Sozinhos. Como aquela Leoa, sem esperança. Como aquela Videira, seus os seus ramos.
Entendi, durante essa leitura que compartilho com vocês, que como a Videira no livro de Ezequiel, podemos começar bem na presença do Senhor, mas as solicitudes da vida, o desejo de ter uma carreira reconhecida, um nome, enfim, acabam por nos afastar de Deus. Alimentamos os desejos de nossa carne, de nossas preocupações diárias, como se vivêssemos sem eira nem beira nesse mundo de Deus. E acredito que os fortes ramos sejam os dons que Deus nos dá para alcançarmos as conquistas dessa vida sem peso, mas se não os utilizamos, para quê servem senão para jogar ao fogo??!! E ficamos vazios e angustiados querendo saber qual a razão de estarmos aqui. Simplesmente para frutificar, semear o dom de Deus aos outros: o AMOR.
Acredito que cada um de nós sabemos o que fazer a partir de agora. E devemos pedir a ajuda do Espírito Santo para alcançarmos esse propósito, o de sermos um lugar de descanso e paz aos que se aproximam de nós, e não sermos como o leão que rugi e assusta a todos com o nosso modo amargo e desconfiados de sermos. Sei que como eu, alguns precisam curar suas feridas, descobrirem que a Esperança ainda vive e que Deus NÃO DESISTIU DE VOCÊ, ainda que pense estar sozinha no alto monte. Ele está te vendo e quer te ajudar.
Eu estive no alto monte, de onde ninguém mais podia ouvir minha voz, mas Deus teve misericórdia de mim e ajudou-me. Mas essa experiência eu conto outro dia.
Fiquem na paz e pensem em suas ações. Tenham cuidado para não se perderem nas solicitudes da vida. Mas se se perderem, Deus estará pronto a te ajudar a encontrar o caminho de volta pra casa.
