quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

NÃO DÁ PARA ANDAR SOZINHO...

Não sei bem o que anda de errado neste mundo das relações amorosas. Tem dia que digo pra mim mesma que não insistirei mais em tentar entender esse jogo de poder que existe dentro das relações. É cansativo.
No início, para conquistar, se empreende toda uma Odisséia, luta-se com dragões, vence reinos, e supera-se muros altos e castelos, só para ter o sorriso da "princesa". 
A mulherada jura que amará o tal,  o dito cujo (como diria certa amiga minha)
por toda a vida, quer seja no casarão ou debaixo da ponte.
Tcharam... as coisas, na real, não acontecem como o imaginado, o jurado e prometido!!  O dito cujo  já não empreende esforço algum para conquistar ( conquistar mais o quê se o reino já está dominado?) e a "princesa" não suporta a toalha molhada em cima da cama e a falta de diálogo (antes se falava até do céu azul!!). Agora, ele se faz de durão (se demonstrar que a ama, ela vai passar por cima dele e fazer o que bem entender do pobre e frágil coração do tal!) e ela engole as palavras duras que gostaria de dizer, afinal, ela precisa ser sábia para edificar o lar. Só esqueceram de avisar ao casal que este ser "sábio"  cabe AOS DOIS; que relação conjugal não é feita aos trancos e barrancos, mas é desde o namoro, as gentilizas, um dia feitas, são esperadas dentro do casamento (até mais, eu diria); que aquela ida ao cinema ainda está valendo pra hoje; que aquelas tentativas de subir no muro e salvar a donzela, ainda são recebidas e apreciadas, mesmo agora.
Não sei quem mentiu para os casais; quem disse que a monotonia e embaraço começam depois que se casam, é um tal de pudor, de frescuras e fricotes, um não pode isso não pode aquilo, um fala assim, não fala desse jeito... enquanto isso, todo aquele empreendimento, a conquista do ser amado, vai se perdendo no mar de confusão e mágoas, palavras gritadas aos berros (redundância proposital) e lágrimas escondidas no banheiro; tudo se esvai diante da fraqueza e mesquinharia do "eu", do "quem pode mais e quem manda aqui", do "quem paga as contas enquanto você fica em casa", "eu ´quem mando porque assim diz a Palavra"  (chegam a usar da Palavra Sagrada para oprimir!!).
Dos casais que conheço e que permanecem apaixonados, mesmo depois de casados, observo que eles permanecem se conquistando, se encantando, não existe medo de falar o que sentem e o que desejam, são abertos e sinceros, amáveis, se entregam, se amam sem reservas, se divertem, se respeitam, são amigos, riem juntos e, se permitem apaixonar-se pelo outro todos os dias; saem juntos; passeiam, mantém vivo a chama que um dia os atraíram. 
Não sei, acredito que  "andarão dois juntos se um não estiver de acordo?"  
Nessa caminhada a DOIS, já se diz, A DOIS, não dá pra andar sozinho!
Então, penso eu, deveríamos parar um pouco e pensar: o que me fez olhar pra ele(a)???? Ainda vejo isso depois de tanto tempo? Sou responsável por essa mudança (boa ou ruim)? O que posso fazer para andar junto com o outro nessa caminhada?? 
Relacionamento conjugal não é coisa fácil, e complicamos ainda  mais quando agimos com egoísmo, arrogância e desumanidade.
Enfim, poderia escrever um monte de coisas a mais, mas fico por aqui... cada qual sabe o que tem feito para enterrar a alegria que um dia conheceu nos primórdios da conquista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário