No início, para conquistar, se empreende toda uma Odisséia, luta-se com dragões, vence reinos, e supera-se muros altos e castelos, só para ter o sorriso da "princesa".
A mulherada jura que amará o tal, o dito cujo (como diria certa amiga minha)
por toda a vida, quer seja no casarão ou debaixo da ponte.
Tcharam... as coisas, na real, não acontecem como o imaginado, o jurado e prometido!! O dito cujo já não empreende esforço algum para conquistar ( conquistar mais o quê se o reino já está dominado?) e a "princesa" não suporta a toalha molhada em cima da cama e a falta de diálogo (antes se falava até do céu azul!!). Agora, ele se faz de durão (se demonstrar que a ama, ela vai passar por cima dele e fazer o que bem entender do pobre e frágil coração do tal!) e ela engole as palavras duras que gostaria de dizer, afinal, ela precisa ser sábia para edificar o lar. Só esqueceram de avisar ao casal que este ser "sábio" cabe AOS DOIS; que relação conjugal não é feita aos trancos e barrancos, mas é desde o namoro, as gentilizas, um dia feitas, são esperadas dentro do casamento (até mais, eu diria); que aquela ida ao cinema ainda está valendo pra hoje; que aquelas tentativas de subir no muro e salvar a donzela, ainda são recebidas e apreciadas, mesmo agora.
Não sei quem mentiu para os casais; quem disse que a monotonia e embaraço começam depois que se casam, é um tal de pudor, de frescuras e fricotes, um não pode isso não pode aquilo, um fala assim, não fala desse jeito... enquanto isso, todo aquele empreendimento, a conquista do ser amado, vai se perdendo no mar de confusão e mágoas, palavras gritadas aos berros (redundância proposital) e lágrimas escondidas no banheiro; tudo se esvai diante da fraqueza e mesquinharia do "eu", do "quem pode mais e quem manda aqui", do "quem paga as contas enquanto você fica em casa", "eu ´quem mando porque assim diz a Palavra" (chegam a usar da Palavra Sagrada para oprimir!!).
Dos casais que conheço e que permanecem apaixonados, mesmo depois de casados, observo que eles permanecem se conquistando, se encantando, não existe medo de falar o que sentem e o que desejam, são abertos e sinceros, amáveis, se entregam, se amam sem reservas, se divertem, se respeitam, são amigos, riem juntos e, se permitem apaixonar-se pelo outro todos os dias; saem juntos; passeiam, mantém vivo a chama que um dia os atraíram.
Não sei, acredito que "andarão dois juntos se um não estiver de acordo?"
Nessa caminhada a DOIS, já se diz, A DOIS, não dá pra andar sozinho!
Então, penso eu, deveríamos parar um pouco e pensar: o que me fez olhar pra ele(a)???? Ainda vejo isso depois de tanto tempo? Sou responsável por essa mudança (boa ou ruim)? O que posso fazer para andar junto com o outro nessa caminhada??
Relacionamento conjugal não é coisa fácil, e complicamos ainda mais quando agimos com egoísmo, arrogância e desumanidade.
Enfim, poderia escrever um monte de coisas a mais, mas fico por aqui... cada qual sabe o que tem feito para enterrar a alegria que um dia conheceu nos primórdios da conquista.
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