sexta-feira, 21 de junho de 2013

AINDA DÁ TEMPO...



Ainda me impressiono quando vejo essa imagem.
Afinal, durante muito tempo acreditava-se que a violência doméstica era gerada pela falta de estudo e justificada pelos problemas financeiros, que levavam os supostos agressores à violência de sua esposa e filhos.
No entanto, percebeu-se com o tempo que ser violento é uma questão de índole, da natureza da pessoa e nada haver com suas condições financeiras e intelectual. 
Mas uma coisa é igual nesse tempo todo: a pergunta que as vítimas fazem do 'até quando vou suportar isto?'
Não sejamos hipócritas, quem já vivenciou isto em casa, quer como a vítima esposa ou vítima filho, sabe que não é uma resposta fácil de se responder.
Muitas mulheres ( estas são as maiores vítimas ) não conseguem decidir o que fazer. Pois  não é apenas uma questão financeira, pois se é pobre fica por não ter condições de se manter sozinha, se é rica fica porque tem muito a perder, inclusive o conforto. Mas também trata-se de uma questão EMOCIONAL e, creio eu, a mais forte. 
Imagine você ( coloque-se na situação ) levar uma surra, um tapa no ouvido do homem que é seu marido e pai de seus filhos. Imagine agora, você, entre lágrimas e dor, apenas pensando e pedindo a Deus para o momento de ira do cara passar. Horas depois, mais tranquilo o cara chega e diz que você o tirou da paciência, que você o provocou ( pois sempre é culpa da vítima! ) mas que ele sente muito ter se descontrolado... e te beija e te convence que, de alguma forma, realmente, você não foi legal com ele, afinal, ele trabalha muito e precisa sair um pouco, beber com os amigos, e você o atormentou com suas queixas e pedido de satisfação disto e daquilo....
Ou seja, VOCÊ é culpada, VOCÊ não foi boa esposa e DEVE suportar tudo calada.
Percebem????
 A crença em si mesmo é a primeira ação contra a vítima. Essa crença de quem você é, quem pode ser, lhe é arrancada, destruída e a criatura se torna reles serviçal ao seu Tirano Ades.
Demora muito até esse ser perceber que não veio a esse mundo para levar pancada e assistir os descontroles de seu companheiro. Demora um bocado para essa Mulher entender que pode ser alguém além de  seu algoz, que ela não é sombra e nem produto dele. Ela  é um ser. 
Demora... mas ela enfim percebe que começa nela a mudança, a cura de suas emoções e se reafirmar como quem é de fato.
Não se encolha diante da agressividade de seu companheiro. Seja firme e diga que apesar de amá-lo ele precisará se tratar de seu problemas de ira, quer sozinho, quer com a ajuda de um psicólogo. Mas que VOCÊ não é OBRIGADA a servi-lo como saco de pancada. Coloque LIMITES. Ainda dá tempo.
Deus nos abençoe.

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